quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Okja: A linguagem globalizada e o aprendizado de um novo idioma



Eu assisti Okja faz um tempo dirigido por Bong Joon Ho do (2017). Além de todo apelo emocional e a atenção sobre maltrato de animais e a indústria alimentícia, Okja ressalta a importância da linguagem. E ao mesmo tempo, chama atenção para a globalização — não entendi ao certo se é uma crítica ou não a globalização ­—, quem assistiu sabe que grande parte do início do filme é em coreano e o restante dele em inglês.

Muitos pesquisadores consideram a globalização uma farsa, porque sabemos quase tudo sobre os Estados Unidos, por exemplo, mas dificilmente norte americanos sabem algo sobre o Brasil.  

De acordo com o livro (de mesmo nome) "Informar não é comunicar" de Dominique Wolton, ele afirma que "A informação é a mensagem. A comunicação é a relação, que é muito mais complexa”.

Linguagem é diferente de comunicação, todavia apesar de Okja ser um animal e Mija (Seo-Hyeon Ahn) humana, elas se comunicam e se entendem muito bem. Mija (Seo-Hyeon Ahn) sussurra no ouvido da super porco em algumas partes do filme, e fica como um segredo que não é revelado para nós espectadores, porque só interessa as duas, faz parte da comunicação delas.

Tem uma sequência muito interessante: a da captura  do super porco por uma organização que protege os animais a Animal Front Liberation (ALF) e nessa sequência existe uma tradução. Jay (Paul Dano) pergunta a jovem coreana Mija (Seo-Hyeon Ahn), em inglês, que ela precisa decidir se Okja volta para casa ou se ela permite eles continuarem o plano, e ambos dependem da tradução de outro personagem para se entenderem. 

Independentemente da língua vários personagens se unem pela mesma causa: a proteção do animal; e neste sentido, não precisou muito da fala e sim da comunicação em gestos; mas por serem ligados por motivos diferentes, um dos membros da ALF agiu de má fé. O coletivo se sobrepôs ao pessoal e não foi por uma força maior, mas por egoísmo. Este homem, o K (Steven Yeuhn), reponsável pela tradução do inglês para o coreano, diz a Mija que ela precisará aprender o inglês, pois abrirá portas. Vocês entenderão quando assistir o porquê dele ter tido isso. 


No filme há o reforço de uma frase que é muito importante "Translation is sacred" (Será que o diretor se referiu a legendas também? Eu não faço ideia rsrs);

Só sei que Mija (Seo-Hyeon Ahn)  realmente estudará o inglês (até tem uma cena dela com um livro de inglês). E a partir daí ela assume uma nova postura, e junto com o idioma ela acaba absorvendo uma cultura diferente. 



No final do filme,  esse aprendizado de inglês da Mija (Seo-Hyeon Ahn), mesmo que de iniciante, mostra-se muito importante para o que ocorre  no final do filme porque ao negociar com Mirando ela precisaria ser direta.

"Translation are sacred" fixem nessa frase, "Traduções são sagradas", mas fica óbvio que não devemos  confiar em qualquer um para nos ajudar, nem todos estão dispostos a ser nossos amigos. 

É importante entender a língua, o idioma falado, e não saber pode ser uma grande barreira para a convivência e a sobrevivência.  

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